Chuvas intensas no cinturão do arábica

Volumes mais expressivos de chuva são esperados para Minas Gerais. O ano de 2022 encerra com fortes chuvas no cinturão do arábica, no Sul de Minas que inclui em torno de 500 municípios. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta no início do mês de dezembro com previsões que anunciavam chuva entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, ventos intensos (60-100 km/h). Previsão que se confirmou e trouxe problemas como o corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas. Outra dificuldade que foram registradas por conta dos volumes de chuvas foram interdições ou bloqueio de trechos, rodovias e estradas o que afetou a logística do produtor rural e suas famílias. E requer uma atenção redobrada dos motoristas que vão viajar no período das festas e férias escolares por rodovias das regiões atingidas pelas tempestades.
Há previsão de muita chuva nos próximos dias, a tendência é que até o fim desta semana uma nova Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) se forme, prevê o Inmet.
No Sul de Minas e na zona da mata, o site da Climatempo alerta para o perigo de chuvas com maiores volumes de água que devem continuar e podem trazer mais transtornos nos próximos dias e início do próximo ano.
De acordo com especialistas, na cafeicultura, adubação e manutenção, controle de doenças, ou seja, a parte operacional fica comprometido, e quando a adubação atrasa pode comprometer a maturação dos frutos.
Com o excesso de chuvas, o trabalho operacional fica comprometido, como por exemplo acesso de tratores nas ruas de café. A adubação pode ficar atrasada ou comprometida o que vai implicar mais adiante na maturação dos frutos, explica o setor técnico da Emater, regional Guaxupé.
Na programação do cafeicultor é hora de aplicação de nitrogênio e potássio que junto com a água e sol proporcionam um desenvolvimento intenso dos chumbinhos em formação.
O extensionista da Emater, Clovis Piza, orienta o produtor de café que geralmente já tem bem planejada suas atividades para que nas semanas das festas de fim de ano fique focado em monitoramento. “Com essa intensidade do volume de chuvas é preciso ficar atento e monitorar as lavouras. Ações como a análise foliar ajudam a verificar as necessidades das plantas. E é hora também de reavaliar carga e monitorar pragas e doenças”. A orientação e ver se é necessário algum ajuste do planejamento feito para que não ocorra comprometimento da produção”, finaliza Clovis.
Em Muzambinho, o cafeicultor Valdir Goulart, do bairro da Cachoeira do Cambuí, aproveita os momentos de estiagem para realizar a desbrota e adubar a plantação “este ano estamos de olho na meteorologia, a cada parada, por menor que seja das chuvas seguimos para a lavoura, estamos realizando a adubação que pode ser feita quando a chuva está mais leve e a desbrota”, conta o cafeicultor.
A intensidade das chuvas, tem dois lados, um complicador, mas é um fator bom. A dificuldade nas execuções dos trabalhos pode abrir espaço para doenças oportunistas como a ferrugem. Mas água é sempre bem vinda no momento de desenvolvimento dos frutos ainda mais se houver intervalos intercalados com sol. O cafeicultor está acostumado a olhar a meteorologia como tendência e não exatidão, mas sempre observando as previsões para evitar aumento nos custos de produção.
Por Valéria Vilela